O concelho de Vale de Cambra localiza-se, em termos administrativos, na região Norte (NUTS II) e na Área Metropolitana do Porto (NUTS III). Pertence ao distrito de Aveiro, estando a uma distância de cerca de 50 quilómetros dessa cidade. Vale de Cambra tem como concelhos vizinhos: a norte e nordeste Arouca, a oeste Oliveira de Azeméis, a sul Sever do Vouga, a este São Pedro do Sul e a sudeste Oliveira de Frades.

O concelho é composto por sete freguesias, nomeadamente, as freguesias de Arões, Cepelos, Junqueira, Macieira de Cambra, Rôge, São Pedro de Castelões e a União de Freguesias de Vila Chã, Codal e Vila Cova do Perrinho.

É visível a riqueza agrícola e florestal deste concelho, em oposição com um desenvolvimento industrial integrado, com destaque para os sectores da metalomecânica, embalagens e lacticínios.

Contudo em termos demográficos confirma-se um crescimento populacional negativo de 13,3% em 2021, comparativamente a 1991. O índice de envelhecimento da população tem vindo a crescer de forma sustentada entre 2011 e 2021, sendo Freguesia de Arões uma das duas que apresentam os valores mais elevados.

A freguesia de Arões é uma das maiores do concelho de Vale de Cambra com uma extensão de 41 km² e 1169 habitantes. É composta por 23 lugares dispersos entre si num território essencialmente serrano: Arões, Salgueira, Chão do Carvalho, Mouta Velha, Carvalhal do Chão, Felgueira, Côvo, Agualva, Lomba, Cabrum, Paraduça, Ervedoso, Cabeço Velide, Casal Velide, Souto Mau, Lameiras, Campo de Arca, Cercal, Fonte Pereiro, Mochões, Macieiras, Quinta do Barco e Quinta da Corguinha. Trata-se de uma região rural, que se dedica exclusivamente à prática de uma agricultura de subsistência familiar e tradicional, com baixa produtividade e fracos recursos económicos, originando uma precariedade das condições de vida, sobretudo da população mais idosa e menos qualificada. A emigração e imigração sazonal por parte das camadas populacionais mais jovens que buscam melhores oportunidades noutras zonas economicamente mais favorecidas traduz-se numa população residente muito envelhecida e à qual se encontram associados problemas sociais tais como:

– Inexistência de retaguarda familiar;

– Precariedade económica;

– Ausência de assistência de cuidados de saúde (intermédios e continuados) para dar resposta às exigências de determinados estados clínicos, assim como situações de dependência física e mental;

– Falta de recursos sociais de suporte, que permitam satisfazer as necessidades básicas e promover o bem-estar biopsicossocial dos idosos.

Todos estes fatores são agravados pela dispersão geográfica dos vários lugares que tem conduzido ao sistemático isolamento social desta população idosa. Não havendo previsões para melhorias contamos que o número de idosos que necessitarão de apoio aumente.